sábado, 23 de fevereiro de 2013

RENÚNCIA DO PAPA, MINHAS IMPRESSÕES


 Pe. Geraldo Maia


Muitas pessoas vêm escrevendo suas visões sobre este momento histórico de nossa Igreja. Alguns amigos sugeriram que também eu publicasse minhas impressões sobre a transição do papado, já que vivo em Roma. Faço-o pelo carinho da amizade dos que me solicitaram...

 Considero uma primorosa delicadeza da Providência divina situar-me nesta terra, regada pelo sangue de Pedro, Paulo e inumeráveis mártires cristãos, neste momento singular.

 Não se trata aqui de esmiuçar os motivos que levaram Bento XVI a manifestar seu desejo de renúncia. Em seus últimos pronunciamentos o Papa tem procurado esclarecer esses motivos, ainda que a mídia e voluntários procurem decantá-los no não dito, nem escrito.

 Penso na responsabilidade de um líder espiritual de cerca de 1 bilhão e duzentos milhões de seguidores, sucessor ininterrupto de uma linhagem de 264 nomes quase sempre ligados ao protagonismo da história universal e que remonta ao apóstolo Pedro, em quase dois mil anos de história. Penso também nas responsabilidades de um Chefe de Estado, ainda que seja do menor Estado do mundo, o Vaticano, com todos os seus protocolos e exigências... Penso, sobretudo, na responsabilidade moral deste líder, de quem o mundo, especialmente o Ocidente, espera orientações firmes diante dos desafios dos tempos pós-modernos...

 Não nos cabe julgar a decisão papal. Mas a consideramos razoável e compreensível, com toda sua coerência interna. É preciso ter “vigor tanto de corpo como de espírito” para governar a Igreja e dar ao mundo as respostas esperadas. É certo que para se chegar ao estado de ânimo a que o Bento XVI chegou muitos enfrentamentos se sucederam... Sabemos que, mais do que gerenciar um museu de santos, a missão papal é exercida como num hospital de feridos...Trata-se de tarefa sobre-humana para um homem de 85 anos.

 A renúncia do Papa, além de ter sido necessária, foi pedagógica. Ela nos ensina que ninguém é insubstituível e que o poder só tem sentido enquanto se faz serviço aos irmãos e irmãs. Quando a pessoa se sente impedida de servir, o poder perde sua razão de ser e precisa circular. O poder é como água: se permanece estagnado tende a apodrecer...

 João Paulo II solicitou ajuda para encontrar novos meios de exercer o serviço do pontificado, através de sua encíclica Ut unum sint. De fato, é preciso repensar o exercício deste ministério diante das novas exigências de evangelização, de ser Igreja hoje e de dialogar com o mundo. Não podemos esperar tudo do Papa, mas, em comunhão com ele, somos chamados a assumir sempre mais o trabalho pelo Reino de Deus, já presente na história, na potência do Espírito Santo.

 Em poucos dias conheceremos um novo papa. Acreditamos que o Espírito Santo age através de mediações, ainda que carcomidas pelas vicissitudes humanas... Com espírito de fé acolheremos o servo dos servos de Deus, na esperança de que ele possa ser um homem atento aos sinais do tempo presente e que possa dialogar com as várias instâncias do mundo, conduzindo a Igreja na trilha do diálogo sincero, da acolhida fraterna e da solidariedade misericordiosa.

 Nossa convicção é de que este novo líder nos confirme na fé, como cristãos, para sermos as testemunhas de Jesus Cristo no momento presente da história. Como Igreja que somos temos um grande desafio pela frente, que é continuar o processo da recepção do Concílio Vaticano II, redescobrindo a missão evangélica que brota da compaixão, da solidariedade, da justiça e do amor, em favor da vida e vida em abundância.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Nós e Deus


Tem ainda sentido falar de criação na época da ciência e da técnica? Uma pergunta preocupante, que Bento XVI propôs à reflexão dos fiéis presentes na audiência geral de quarta-feira 6 de Fevereiro. Ou talvez provocatória, se se calcula que é feita a uma humanidade dominada pela tentação de construir sozinha o mundo no qual vive, disse o Papa explicando o sentido da sua pergunta, propenso a "não aceitar os limites do ser criatura, os limites do bem e do mal" e que considera a sua dependência do amor de Deus "como um peso do qual se libertar".
É sempre este o "núcleo da tentação": considerar a aliança com Deus como "uma corrente que amarra, que priva da liberdade e das coisas boas e preciosas da vida". Mas é precisamente esta convicção, esta "mentira" como lhe chama o Pontífice, que "altera a relação com Deus" e que induz o homem a pôr-se no seu lugar. Disto deriva que quanto Deus criou de bom "aliás - especificou o Papa - de muito bom", depois da livre escolha do homem a favor da mentira e contra a verdade, "o mal entra no mundo", com toda a sua bagagem de dor e sofrimento. E citando ainda o Génesis o Pontífice quis evidenciar outro ensinamento oferecido pelo livro das narrações da criação: "o pecado - disse - gera pecado e todos os pecados da história estão ligados entre si". Tudo deriva, acrescentou, de uma realidade que parece difícil de compreender, o pecado original. Com a ajuda do Catecismo da Igreja Católica, Bento XVI fez notar a propósito que o primeiro pecado do homem foi ter-se "escolhido a si mesmo contra Deus". Portanto, destruiu a relação que se tinha instaurado com o Pai e quis "pôr-se no lugar de Deus". Viver de fé, acrescentou o Papa, significa ao contrário "reconhecer a grandeza de Deus, aceitar a nossa pequenez, a nossa condição de criatura, deixando que o Senhor a preencha com o seu amor". A fé esclarece também o mistério do mal e dá-nos a certeza de nos podermos libertar dele; "a certeza - concluiu Bento XVI enfim - que é bom ser homem".

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Jornal

Acompanhe as notícias e acontecimentos ocorridos em nossa Diocese de Jataí/GO


Boa leitura.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Jubileu de Prata do Mosteiro

"As coisas não valem pelo tempo que duram, mas pela intensidade com que são vividas" (Fernando Pessoa)

Jubileu é um Ano de Graça. Ano da manifestação mais plena da bondade e da misericórdia do Senhor.  2013, em pleno espírito celebrativo do Ano da Fé, para o Mosteiro Monte Sião da Imaculada Conceição em Jataí/GO é um ano de alegria, gáudio, louvor e ação de graças.
A celebração dos 25 anos deste Mosteiro é uma convocação para renovarmos nossos compromissos com o que aqui foi iniciado e cultivado sob a ação do Espírito Santo e que nos convida a “anunciar a Boa Nova aos pobres, proclamar a libertação aos presos, aos cegos a recuperação da vista, libertar os oprimidos e proclamar um ano de Graça do senhor” (Lc 4,18-19).
A finalidade essencial do Jubileu é o retorno pessoal aos valores que sustentam a Vocação Contemplativa Concepcionista: o Amor à Santíssima Eucaristia, o Amor à Paixão de Jesus Cristo e o amor à Maria Imaculada. Citando as palavras do Papa João Paulo II, o Jubileu deve ser marcado por “um comprometimento com a Justiça e a PAZ, num mundo como o nosso, marcado por tantos conflitos e desigualdades sociais e econômicas verdadeiramente intoleráveis”. Que, pois, a trombeta do Jubileu, ressoe como convocação e como promessa de esperança e alegria, para todas as pessoas de boa vontade.
O mosteiro representa a intimidade de uma Igreja, o coração onde o Espírito geme e intercede continuamente pelas necessidades da comunidade inteira, e donde se eleva sem cessar a ação de graças pela Vida que Ele concede em cada dia (cf. CoI3,17).
Como a Virgem de Nazaré, a missão da Concepcionista não consiste em fazer obras exteriores, mas trabalhará silenciosamente – como a raiz da árvore – para que outros colham os frutos. Assim deve ser o apostolado escondido de cada monja desse Mosteiro A sua missão consiste em SER toda para Deus na radicalidade que resulta do viver orante, exclusivo e próximo de Deus.
Viver oculta com Maria e como Maria em Nazaré, sob o mesmo teto com Jesus e para Jesus, na oração, no trabalho, na Alegria e na Imolação... assim O Mosteiro Monte Sião da Imaculada Conceição se torna uma “Nazaré” feita de silencio, interioridade, alegria e paz.
Se Santa Beatriz da Silva, estivesse aqui entre nós, certamente reuniria suas filhas como uma só família e, olhando para cada uma diria: minhas filhas, o Amor não é amado, comecemos, pois até agora pouco ou nada fizemos.

 O marco fundacional é o dia 25 de março, mas a celebração eucarística solene será no dia de São José ( 19 de março de 2013) às 19h na Igreja conventual do mosteiro. Desde já sintam- se convidados a partilhar conosco esse momento memorável.
Que a Virgem Imaculada, nossa Mãe e modelo, siga abençoando e nos conduzindo pelos caminhos da santidade, fervor, fidelidade e amor, impetrando de Deus graças para as nossas necessidades espirituais e materiais.

Dia da Vida Consagrada

“É o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar” (Bento XVI, A Porta da Fé, 7). Válido para todos os cristãos, este princípio encontra maior evidência nos consagrados, cuja vocação específica é precisamente a evangelização do mundo por meio da realização do seu carisma fundador. Todos evangelizam já por meio do seu estado e do seu estilo de vida marcada pelo conhecimento do amor de Cristo, assumido pessoalmente e partilhado comunitariamente; alguns, porém, evangelizam também pela dedicação ao trabalho direto de anúncio da Boa Nova, na pregação, na catequese, no ensino, na ação social, na prática da caridade cristã, na missão ad gentes.

http://concepcionistas.org.br/site/wp-content/uploads/2013/02/Mensagem-de-Dom-Pedro-para-o-Dia-da-Vida-Consagrada.pdf
Ordem da Imaculada Conceição - Monjas Concepcionistas - Ave Maria Puríssima!
O Mosteiro Monte Sião da Imaculada Conceição foi fundado em 25 de março de 1988 na cidade de Jataí/ GO. Este mosteiro é um dos 19 existentes no Brasil, da Ordem da Imaculada Conceição, cuja fundadora da Ordem é Santa Beatriz da Silva.
e-mail:falemosteiro@yahoo.com.br


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